quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vacina contra um dos tipos mais comuns de malária apresenta bons resultados em testes com crianças africanas e pode chegar ao mercado em 2015. Apesar de não ser capaz de extinguir a doença, o medicamento promete controlá-la e incentiva pesquisas nacionais na área.

Em pesquisa financiada pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKlein (GSK) e pela organização sem fins lucrativos Path, uma candidata vacina contra a malária consegue reduzir pela metade o risco de crianças entre cinco meses e um ano e meio contraírem um dos quatro tipos da doença.
   Os resultados preliminares, publicados na revista New England Journal of Medicine, são fruto de 10 anos de testes com crianças de sete países da África subsaariana atormentados pela malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum, transmitido pela picada de mosquitos do gênero Anopheles. 
   Esse tipo da doença é um dos mais comuns na região, matando por ano cerca de 800 mil pessoas, na maioria crianças com menos de cinco anos. No Brasil, no entanto, esse tipo de malária é raro, sendo mais comum a causada por outra variante do parasita, o P. vivax.
   Como a maioria das vacinas preventivas, a RTS.S – sigla dada à nova alternativa profilática – ativa o alerta do sistema imunológico contra o parasita invasor assim que ele entra na corrente sanguínea, impedindo que infecte as células do fígado, o que desencadeia os sintomas da doença.
   Para dar o alerta aos anticorpos, a vacina conta com uma proteína extraída da membrana externa do P. falciparum.
   Os testes mais recentes com a RTS.S, já em sua terceira e última fase antes do pedido de aprovação da vacina, foram feitos com 6 mil crianças acompanhadas por uma equipe de pesquisadores durante 12 meses após a vacinação.
   A eficácia da vacina variou de acordo com a gravidade da doença. Entre as crianças que receberam a RTS.S, houve uma diminuição de 56% da ocorrência da chamada malária clínica (mais branda) em relação às crianças não vacinadas, e de 47% da malária severa (mais grave) durante o período do estudo.
   Apesar de as taxas não serem altas se comparadas às das vacinas em uso, que costumam ter eficácia acima de 80%, especialistas concordam que a RTS.S é uma importante ferramenta no controle da malária.
   “A vacina pode ter um grande impacto na África se diminuir pela metade as ocorrências da malária”, diz o imunologista Maurício Rodrigues, da Universidade de Federal de São Paulo (Unifesp). “E o fato de ter sido testada com crianças é muito importante porque elas tendem a desenvolver formas mais graves da doença, como a malária cerebral, que pode comprometer a capacidade cognitiva.”
   Ainda serão feitos testes com crianças mais novas, de 6 a 12 semanas, que devem durar até o final do ano que vem. Se aprovada pelas autoridades regulatórias e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina deve chegar ao mercado em 2015.


Noticia completa em: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/10/forte-candidata


Publicado em: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1102287?query=featured_home&#t=articleTop

Enviado por: Amanda Lucena Fernandes - 49037

Nenhum comentário:

Postar um comentário