terça-feira, 30 de agosto de 2011

Origem da Imunologia

A Imunologia surgiu na história da ciência de uma forma bastante peculiar, tendo evoluído em um âmbito bastante diferente de outras ciências. Enquanto, por exemplo a Anatomia e Fisiologia aprofundaram seus estudos gregos em relação aos seres vivos, a Imunologia surgiu dentro da Medicina, revolucionando uma nova arte de curar ou de prevenir doenças, calçada sob aspectos novos da filosofia de visão da Medicina em lugar da cura das doenças, entendendo-se ser melhor previna-las. Em uma época em que as doenças infecciosas arrasavam o mundo, as descobertas da bacteriologia deram início a arte médica da cura. Antes que a humanidade conhecesse os agentes etiológicos das doenças, Tucídides conseguiu fazer um relato científico do processo da prevenção contra estas doenças.
Foi a partir do surgimento da Imunologia que , pela primeira vez a medicina foi capaz de mostrar intervir no curso de uma doença. Os primeiros indícios de interferência na saúde humana se fez através de um instrumento imunológico: A VACINA.
Eduard Jenner (1749-1823), foi o pioneiro no processo de criação da vacinação. Logo, a compreensão da imunização e da proteção, surgiu no final do século XVIII, bem mesmo antes de se conhecer os microorganismos, quando foi criada por Louis Pasteur a Teoria dos Germes no final do século XIX.
Jenner, o qual foi discípulo de John Hunter, era médico de província e um exímio médico experimental. Na sua época a varíola era uma ameaça constante à população, sendo responsável na Inglaterra por um óbito em cada sete crianças. As crianças que sobreviviam à varíola ficavam com importantes seqüelas. Curiosamente, Jenner observou que em vacas a varíola (cowpox ou vaccínia) também se manifestava, porém de uma forma bem mais branda e atípica em relação a humana. A característica da cowpox, assim chamada diferentemente da humana (smallpox), manifestava-se por pústulas no úbere, cujas infecções eram passadas para as mãos e braços das pessoas que trabalhavam na ordenha. Entretanto, essas pessoas não adoeciam subsequentemente com a varíola. Após alguns anos de convívio com o fato e fazendo observações científicas, Eduard Jenner propôs inocular pus das lesões de cowpox em crianças, inoculando após alguns meses o própio pus da varíola de indivíduos gravemente doentes na mesma criança. Repetindo em adultos e percebendo que os indivíduos não adoeciam, jenner submeteu seus resultados a Royal Society. Esta metodologia de prevenção à doença levou à prática da vacinação, cuja palavra tem origem grega em "vacca", dando origem ao nome vaccínia que levou à palavra vacinação, que é o significado do processo de imunização.
No final do século XIX, Louis Pasteur lançou a idéia de que as doenças epidêmicas eram causadas por microorganismos (chamados de corpos quando vistos ao microscópio) e que haveria possibilidades que fossem evitados. Este ilustre pesquisador interessou-se pelas técnicas de isolamento de microorganismos e pelos estudos das doenças com suas respectivas bactérias. Estudou as infecções responsáveis pelas bactérias, onde defendeu a idéia de que as doenças devem ser tratadas previamente pela Medicina, antes de se instalarem nos indivíduos.
Pasteur estudou cientificamente a cólera aviária e descobriu que é possível em laboratório atenuar os microorganismos, lançando o princípio da atenuação microbiana e realmente tornado possível a preparação das vacinas. Pasteur contribuiu muito com a saúde da humanidade, quando a partir de um extrato de células de medula de coelhos infectados como vírus da raiva, foi capaz de produzir uma vacina contra a hidrofobia. Este fato lhe conferiu o reconhecimento público e a criação do Instituto Pasteur em 1888, onde foi difundida as suas idéias universalmente.
Em 1888, Von Behring e Kitassato encontraram no soro de animais imunizados contra a difteria e o tétano, substâncias neutralizantes específicas, as quais foram denominadas anticorpos (anti-corpos). Eles demonstraram que a proteção contra estas duas doenças podem ser transferidas passivelmente de um animal doente (imune) para outro animal normal, quando transferimos soro deste contendo estas moléculas chamadas de anticorpos. Assim, estava criada a soroterapia, a qual iniciou um processo de cura na Medicina em crianças com difteria em todo o mundo.
Paul Erlich também destacou-se na história da ciência Imunologia, desde o início do século. Foi um pesquisador nato, fez carreira como químico, quando iniciou seus trabalhos científicos com a implantação da indústria química alemã.
Responsável pela síntese dos primeiros corantes biológicos, criou métodos de coloração das células sanguíneas, onde conseguiu distinguir neutrófilos, eosinófilos e basófilos, depois descobrindo o mastócito no tecido. Erlich interessou-se pela especificidade dos fenômenos imunológicos, sendo capaz de diferenciar os mecanismos de imunização ativa e passiva, demonstrando para a comunidade científica, que existia uma transmissão de anticorpos de mãe para seus filhos, através do processo de amamentação.
Enquanto o descobrimento dos linfócitos e sua grande importância na constituição do Sistema Imune, somente ocorreu em 1950, muitas décadas antes usava-se o processo da vacinação , a soroterapia e o sorodiagnóstico. Os diferentes estudos dos mecanismos do Sistema Imunológico, voltados para a montagem dos seus componentes bioquímicos e genéticos, geram uma evolução rápida da compreensão dos mecanismos biológicos dos organismos. Portanto, há um grande desafio para a descoberta da cura das infecções, da compreensão dos processos das neoplasias e um desafio maior na prevenção destas doenças, através do empenho do desenvolvimento de novas vacinas para um futuro bem próximo.





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Notícia: “Avanços podem permitir vacina de HIV e malária em dez anos, diz revista”

Eai pessoal, encontrei um artigo bem interessante no site de notícias da globo, o G1 com o seguinte título Avanços podem permitir vacina de HIV e malária em dez anos”. Esse artigo foi publicado na revista ‘Nature’ que comenta sobre os desafios desta descoberta. É bem interessante, pois há anos vários cientistas vêm tentando descobrir algum antígeno contra o HIV e a Malária, que vem matando milhares de pessoas por ano no mundo inteiro. No artigo, os cientistas dizem que apostam na biologia sistêmica para chegar cada vez mais perto de uma resposta imune contra essas doenças. Bom, fiz um pequeno resumo sobre essas duas doenças e alguns comentários do artigo.

 

O que é o HIV? Como ele é transmitido?

 

É um vírus que ataca o sistema imunológico do corpo. Há dois serotipos de HIV. O HIV-1 é o principal serotipo em todo o mundo. O HIV-2 ocorre mais vulgarmente na África Ocidental.
O vírus pode ser transmitido através de: Gravidez, parto ou alimentação mamária, no caso de a mãe estar infectada pelo HIV; Troca de fluídos corporais infectados com o HIV, como por exemplo, sémen, fluídos vaginais ou sangue durante relações sexuais vaginais ou anais sem proteção; e através do sangue, incluindo transfusões de sangue contaminado, equipamento médico, cirúrgico ou dentário, injecções de droga intravenosas e instrumentos de perfuração da pele.


O que é a Malária?  Quais os sintomas?

 A malária é uma doença que é transmitida pela picada de um tipo particular de mosquito. Há quatro principais cepas de malária. O mais grave deles é o falciparum. Este formulário pode ser fatal. As outras três formas, vivax, ovale e malariae são geralmente menos grave, mas ainda precisa ser prevenida e tratada prontamente.
Os sintomas da malária podem ser variados. Normalmente, os sintomas incluem febre alta, calafrios, cefaléia, mal-estar, dores musculares e cãibras.

O que dificulta tanto a descoberta dessa vacina?
Segundo o infectologista e imunologista Esper Kalls, da Faculdade de Medicina da USP: Ainda não há um meio de reproduzir um vírus do HIV que seja representante dos demais. E o que dificulta tanto uma vacina contra essas doenças é que os vírus (ou bactéria, no caso da tuberculose) só se multiplicam dentro das células, então ficam protegidos”.
Os pesquisadores concluem no artigo que ainda há complexos mecanismos imunológicos não completamente compreendidos pela ciência. Mas um modelo inovador de exames clínicos, que testam várias vacinas em paralelo e obtêm informações pela biologia sistêmica, deve acelerar o desenvolvimento de vacinas e aumentar a compreensão do sistema imunológico humano em um futuro próximo (Luna D'Alama, do G1 em São Paulo).


Sugestões de leituras:

Enviado por: Alessandra Cardoso

Notícia: “InCor planeja testar vacina para febre reumática em humanos em 2011”

Oi pessoal, encontrei essa manchete no Jornal “Estadão” de São Paulo, “InCor planeja testar vacina para febre reumática em humanos em 2011”, achei bastante pertinente com a matéria que estamos estudando, ela é bastante explicativa por si só, mas como a maioria de nós é leigo nesse assunto decidi fazer um resumo sobre a doença e sobre o desenvolvimento da vacina contra o patógeno. Vale a pena conferir é muito interessante!

O que é Febre Reumática? Qual é o grupo de risco?
A febre reumática (FR) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) são complicações não supurativas da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A e decorrem de resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Essa é uma doença que está frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida. Assim, apesar da reconhecida redução da incidência da FR nas últimas décadas nos países desenvolvidos, com consequente redução na prevalência da CRC, a FR permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento.
A FR afeta especialmente crianças e adultos jovens. A mais temível manifestação é a cardite, que responde pelas sequelas crônicas, muitas vezes incapacitantes, em fases precoces da vida, gerando elevado custo social e econômico.

Por que é necessário o desenvolvimento desta vacina?
Segundo a Dra. Luiza Guglielmi Guilherme, pesquisadora do InCor e participante o desenvolvimento da vacina: “Diante da incidência de aproximadamente 600 milhões de novos casos/ano de estreptococcias no mundo, segundo dados da OMS (J Carapetis, 2005), a vacina brasileira em desenvolvimento contra  S. pyogenes acena para a possibilidade de uma redução quantitativa expressiva de novos casos de FR/DRC e melhora na qualidade de vida de milhares de crianças e jovens.”

Qual a porcentagem de eficácia da vacina em testes laboratoriais?
Em dois lotes de camundongos imunizados e posteriormente desafiados com a bactéria, observamos 80 % e 100% de proteção. Os órgãos de vários animais imunizados foram avaliados e não foram observadas reações deletérias. Análises histopatológicas também não evidenciaram lesões no tecido cardíaco. Em conformidade com os resultados em humanos, os soros dos animais imunizados inibiram a vitro, em células Hep2, a adesão e a colonização bacteriana.



Enviado por: Mariana Leivas Schneider - 49052

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bem vindos

Bem-vindos ao blog de  Imunologia (2011).  Este blog é destinado aos alunos do curso de Ciências Biológicas da FURG.  O objetivo é auxiliar nesta disciplina e criar uma maior interação entre alunos e professores . Nesta página serão postadas as aulas, além de notícias atuais e curiosidades. Os alunos também devem participar escrevendo comentários e postando notícias relacionadas a disciplina.

Maria Fernanda M. Barral
Mestranda em Ciências da Saúde (FURG)