A destruição do sistema imune pelo HIV se dá pela depleção de linfócitos T CD4+, principalmente os linfócitos CD4+ ativados de memória. A entrada do vírus dentro do linfócito CD4+ depende da interação de receptores de quimocinas, sendo os mais comuns os receptores CCR5 e CXCR4. O bloqueio da interação do HIV com esses receptores já se demonstrou capaz de inibir a replicação do vírus. Indivíduos homozigotos para a variante genética delta32 (CCR5Δ32/Δ32) e que não têm a expressão celular do CCR5 são resistentes à infecção viral pelo HIV com tropismo para esse receptor (R5-HIV) .
No artigo publicado na revista Blood de Março deste ano, Allers et al. descreveram o seguimento de longo prazo de um paciente HIV positivo, tratado com transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico a partir de um doador CCR5Δ32/Δ32. O paciente em questão manteve-se sem qualquer evidência de doença pelo HIV durante 45 meses de seguimento, mesmo sem o uso de terapia antirretroviral.
Linfócitos T CD4+ do doador atingiram valores normais no sangue periférico, caracterizados por quimerismo completo (100%), demonstrado pela ausência de expressão de CCR5. Além disso, foi possível demonstrar por meio de técnicas de imunoistoquímica, a presença de
linfócitos T CD4+ CCR5- na mucosa intestinal, um dos principais reservatórios naturais de linfócitos T CD4+. Essa observação é fundamental para documentar o potencial anti-HIV do TCTH, uma vez que a mucosa intestinal é também um dos principais reservatórios virais, e a reconstituição imunológica nesse tecido faz-se necessária para sua erradicação, fato documentado pela ausência de cópias virais nas amostras de tecido intestinal do doador.
O artigo da Blood sugere que o transplante de células-tronco possa ser uma opção terapêutica para erradicar o HIV. Essa ideia reforça a importância do desenvolvimento dos estudos de terapia gênica que visam introduzir genes que conferem resistência ao HIV. Alguns estudos de fase I/II utilizam células-tronco hematopoéticas autólogas como células transgênicas, infundidas após condicionamento com quimioterapia.
Artigo Citado: http://bloodjournal. hematologylibrary.org/content/ 117/10/2791.full.pdf+html?sid= aea29f6c-da76-41e2-b1ff- d1df23025cac
Enviado por: Débora Camacho Luz - 49038
Discutimos essa fato em aula e pelo que eu havia entendido as pessoas que não possuíam o CCR5 ficavam um tempo sim imune ao vírus mas depois o vírus conseguia entrar por outra via e contaminar a célula.
ResponderExcluirJuliana Artigas Flores